Axé
Afoxé
São grupos folclóricos do carnaval da Bahia.
O nome também é extensivo à festa semi-religiosa em que esses grupos saem às ruas, no cumprimento de obrigações de certos Candomblés.
Nessas ocasiões os grupos de se utilizam de cantos e danças derivados de pontos tradicionais do Candomblé, fato que vem tornando a prática objeto de discussões e objeções.
Se por um lado é uma manifestação definitivamente incorporada ao Carnaval baiano, por outro é considerado como aberração e desrespeito às cerimônias religiosas dos Candomblés.
A crítica mais acentuada diz respeito à forma leiga e popularesca com que os pontos tradicionais do Candomblé, alguns até considerados secretos pelos tradicionalistas, são apresentados pelos grupos, além da utilização, de forma estilizada, dos rituais litúrgicos daquele culto.


Xangô
PERFIL
Xangô é o Orixá da Justiça, da sabedoria, do conhecimento, do equilíbrio e da neutralidade.
É o Deus do raio e do trovão.
Miticamente, o raio é uma de suas armas e o trovão, o ruido de sua voz colérica: o raio representando o castigo e o trovão e a cólera sua capacidade de punir, com justiça, o infrator.
Esse equilíbrio e firmeza identificam Xangô, no mundo material, com uma rocha, duro e estável, ao contrário da força móvel e agressiva de Ogum ou do vento dificilmente moldável e de impossível controle de Iansã.
Xangô traz nas mãos o Oxé, machado de dois lados representando o peso igual nos julgamentos.
Traz também o xerém, espécie de chocalho usado para despertar a ira dos raios e das trovoadas.
Seu “axé” está concentrado nas formações rochosas, nas pedreiras, nos maciços.
Xangô é pesado, íntegro, indivisível e irremovível, o que lhe permite ser admitido como poderoso e pleno de credibilidade.
É o Orixá que decide sobre o bem e o mal.
É o árbitro, e suas decisões não são contestadas por serem sempre sábias, ponderadas, hábeis e corretas.
Xangô é entidade madura, não se deixando empolgar pela paixão e pelos destemperos.
Representa o homem adulto, assentado na vida, que tem discernimento e experiência para julgar, mas que possue também a maturidade para, com ponderação, fazer justiça.
Não tem a complacência do idoso, podendo punir quando necessário, mas não se esquecendo de absolver, quando justo.
A austeridade de um grande juiz que define Xangô, contudo, não o afasta dos pontos fracos humanizadores, sempre comuns aos Orixás de origem nagô: é vaidoso e sensual e, consequentemente, mulherengo, existindo inúmeras lendas a respeito de suas peripécias com os Orixás do sexo oposto.
Outro dado interessante sobre Xangô é seu relacionamento com a morte: enquanto Iansã é dos Orixás aquela que melhor se entende com os espíritos dos seres humanos mortos, os Eguns, Xangô é o que mais os detesta - ou teme.
Xangô é considerado um Orixá comilão, de sorte que seus filhos não estão sujeitos a qualquer “ehô”, a não ser o feijão branco, pela vinculação com o incidente com Obá.
Xangô e o Orixá dos reis, dos justos e dos poderosos.
Ele próprio foi um rei guerreiro que conquistou reinos e enriqueceu seu povo.
O seu trabalho entre os homens é cobrar de quem deve e premiar a quem merece, agindo sempre com sabedoria, justiça e poder.
Na mitologia romana Xangô é Júpiter, o pai e mestre dos deuses.
Para os gregos é Zeus, aquele que usava seus raios para punir os mortais, esta correspondência pode ser feita pelo poder supremo que ambos encarnam.
No Tarô há uma lâmina que contém o principal arquétipo de Xangô, é a Justiça representada pelo arcano VIII, que é quem encarna a recompensa justa, a distribuição do prêmio e do castigo.
A espada de ouro que a Justiça carrega assim como o Orixá em sua representação simboliza as lutas necessárias para se conseguir o equilíbrio, que a balança na outra mão indica ser possível.
A palavra de Xangô é a Justiça.
MITOLOGIA
Como personagem histórico, Xangô, filho de Oxalá e Yemanjá, teria sido o terceiro Rei de Oyó.
Xangô cresceu em Kossô, onde os habitantes não o aceitavam por causa de seu caráter violento e imperioso, e por isso, transferiu-se para Oyó, onde reinava seu irmão Dadá, que ele destronou.
Xangô teve três esposas: Iansã, Obá e Oxum.
Era um valente guerreiro e empreendeu diversas investidas contra as tribos vizinhas, estendendo suas guerras, inclusive, contra o povo habitante dos lugares onde havia sido criado.
XANGÔ NA ÁFRICA
Xangô era sem dúvida um dos mais importantes Orixás nagôs.
Era um deus dicotômico, ou seja, tinha duas formas: Xangô Ogodô, que é idoso, e Xangô Oganjú, que é mais novo.
Havia uma terceira forma, Xangô-Dadá, que na realidade era seu irmão e não se manifestava em seus filhos, pois “os queimaria”.
Xangô era o Deus do trovão, que era tido como sua voz, bem como era o Deus das tempestades e do relâmpago e do raio, tendo íntima ligação com as forças ígneas da Terra, como as pedras, os metais, os sais, etc.
Castigava os mentirosos, os ladrões e os malfeitores, e, por esse motivo, a morte pelo raio era considerada, pelos negros africanos, como infamante.
Assim, uma casa que fosse atingida por um raio era marcada pela cólera de Xangô, e seus proprietários deviam pagar pesadas multas aos sacerdotes, que vinham procurar entre os escombros as “pedras de raio” lançadas por Xangô.
XANGÔ NO BRASIL
Na Umbanda, Xangô é considerado o Orixá da sabedoria, e por isso como objeto ritual é-lhe atribuído, entre outros, um livro.
É o Orixá justiceiro.
Protege os assuntos sérios e os negócios.
É viril, galhardo e violento.
Seus fluidos identificam-se com a mais alta e nobre espiritualidade, com a caridade e com aqueles que desejam praticar o bem.
É o purificador das Almas, e o Orixá que comanda a Linha do Oriente.
No sincretismo os africanos o ligaram a São João Batista, a São Pedro e a São Jerônimo.
Conforme a região do Brasil, Xangô é sincretizado a um destes três.
No Rio de Janeiro, a dois simultaneamente (São João Batista comemorado a 24 de junho e São Jerônimo comemorado a 30 de setembro).
Na Bahia existem doze Xangôs: Dadá, Oba-Afonká, Obalaubé, Ogodô, Oba Kossô, Jakutá, Aganjú, Baru, Oranian, Airá Intilé, Airá Igbonam e Airá Adjaosi.
Xangô é sincretizado com São Jerônimo.
O dia da semana dedicado ao Deus do Trovão é a quinta-feira, e sua festa se realiza a 30 de setembro.
ARQUÉTIPO
O arquétipo de Xangô é o das pessoas voluntariosas e enérgicas, altivas e conscientes de sua importância, quer real, quer suposta.
São pessoas que podem ser grandes senhores e são corteses, mas não toleram qualquer contradição ou contrariedade, não raro deixando-se possuir, nesses casos, por intensa cólera, violenta e incontrolável.
São sensíveis ao charme do sexo oposto e se conduzem com tato e encanto no decurso das reuniões de que participam, mas que, por qualquer motivo, podem perder o controle e ultrapassar os limites da conveniência.
São pessoas que possuem um elevado sentido da própria dignidade e das suas obrigações, o que as leva a se comportarem com um misto de severidade e benevolência, segundo o humor ou a exigência do momento, mas sabendo guardar, em geral, um profundo e constante sentimento de justiça.
O filho de Xangô não costuma ser muito alto, tem tendência a calvície e seu porte é altivo transmitindo vigor e sensualidade.
Gosta de comer e beber bem, é um apreciador das coisas boas da vida e gosta de compartilhar tudo com aqueles a quem estima, pois faz parte de sua natureza agradar os amigos.
A ambição do filho de Xangô é enorme, desde jovem ele procura o sucesso e a fortuna, mas às vezes gasta as suas energias em atividades que não são as mais indicadas, nestas ocasiões deve ser deixado à vontade, pois é através dos erros e tentativas que vai encontrar sua vocação.
É difícil um filho de Xangô admitir que esteja errado, ele é inflexível e intratável quando contrariado.
Seus inimigos serão tratados com rigor e ele fará tudo para desacreditá-los frente aos outros.
Mas por maiores sejam as provações que ele tenha que passar haverá sempre uma sorte fantástica a protegê-lo que o anima e encoraja a prosseguir.
Apesar de autoritário a bondade do filho de Xangô é grande, ele concilia severidade com justiça, exigência com reconhecimento, cobrança com recompensa.
É franco, não esconde seus sentimentos, não finge nem dissimula.
Sua franqueza faz com colecione alguns inimigos durante a vida, o que não o impede de continuar agindo desta forma.
As emoções desta pessoa são variáveis: por vezes é orgulhoso, impulsivo, mutável, rebelde em outras ocasiões é cortês, generoso e diplomata.
Alguns seguem o caminho da filosofia e teologia, mas a grande maioria deles prefere usufruir apenas da vida material.
Os filhos de Xangô têm boas aptidões para ganhar dinheiro, mas também tem grande capacidade de gasta-lo. Esbanjam com bens pouco duráveis, sem preocupação de criar um patrimônio sólido que o garanta na velhice.
Sua capacidade de aprendizagem está mais ligada aos aspectos práticos do que aos teóricos.
Adquire conhecimentos que lhe sejam úteis no desempenho de suas atividades e é muito rápido nisto. Mas não será o pai de uma criação totalmente inovadora.
O filho de Xangô não gosta de pessoas pessimistas, ele quer alguém ativo e dinâmico, com vontade de manter a relação nova sempre.
Encantador e envolvente sabe conquistar, mas o desafio da conquista pode fazer com que ele (a) use a pessoa sem se preocupar com os sentimentos dela.
A competição para ele é importante e vencê-la mais prazeroso ainda, o problema é que ele (a) não sabe o que fazer com o troféu e sentir por causa disto frustração no amor.
Para manter um relacionamento estável com o filho (a) deste orixá è necessária boa harmonia mental, bom humor, perspicácia e sensibilidade.
A vida tem que ser levada com diversão e inovação bem dosadas.
O filho de Xangô nem sempre è fiel a companheira, mas sempre se mantém fiel ao casamento, esta instituição e sua função legal e social são extremamente respeitadas por ele.
Discussões e desentendimentos são comuns numa ligação com um (a) filho (a) de Xangô, ele não gosta de ser cobrado ou vigiado, embora considere seus esses direitos, è zeloso como que considera seu e não aceita traições.
Quando mais maduro e vivido torna-se muito mais estável e sincero, é nesta faz da vida que suas relações se tornam duradouras.
Sua vida profissional começará cedo, tem a sua disposição carreiras que o coloquem em contato com o público, tais como, vendas, política, advocacia e tudo que seja ligado à justiça, mercado financeiro e administração de bens de terceiros também lhe cabem.
REGÊNCIA
Orixá masculino, regente da linha da justiça.
Xangô envolve a justiça e razão, O equilíbrio entre o sentimento e a razão interior.
Seu ponto de força são as pedreiras.
RESUMO


